quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Anunciantes se rendem ao Link Patrocinado

Mercado já movimenta cerca de R$ 150 milhões no Brasil e cresce 80% ao ano. Uma boa posição nos sites de busca, como o Cadê?, do Yahoo!, e o Google, pode render muitos negócios para uma empresa. Por isso o mercado de links patrocinados cresce também no Brasil e atrai um número cada vez maior de anunciantes, em especial pequenas e médias empresas. Trata-se de modelo de publicidade on-line no qual o cliente escolhe algumas palavras-chave, que quando forem pesquisadas nos portais de busca exibirão o seu site em primeiro ou entre os primeiros da lista de resultado de busca.
Segundo o diretor comercial da Brane do Brasil, Steven Sudré, a popularização da internet mudou a maneira das pessoas buscarem por produtos ou serviços. "As páginas amarelas e os guias especializados morreram. Hoje para buscar produtos, serviços, informações ou fornecedores as pessoas correm para os sites de busca", diz.

Fundada em 2005, a empresa, especializada em internet marketing com foco em buscadores, prevê crescer quatro vezes em faturamento neste ano, sobre o ano passado, e espera alcançar um faturamento de R$ 25 milhões em cinco anos, com o aumento da demanda por melhores posições nos sites de busca.

O mercado de links patrocinados e otimização de sites movimentou US$ 5,75 bilhões nos Estados Unidos e Canadá em 2005. Para 2010, a estimativa é de alcançar US$ 11 bilhões, segundo a Search Engine Marketing Professional Organization (Sempo). No Brasil, o mercado de links patrocinados movimenta cerca de R$ 150 milhões e cresce 80% por ano, segundo estimativa de empresas do setor.

"O negócio é comum nos EUA e Europa mas no Brasil as pessoas ainda enxergam o site como uma ferramenta institucional e não para aumentar os negócios", diz Sudré. O executivo observa que 80% das pessoas que usam internet fazem buscas por produtos ou serviços, e uma boa colocação pode aumentar o montante de negócios para o site, que, se tiver um bom conteúdo, torna-se uma referência em sua área e pode até vender mais espaço publicitário, e por um preço melhor.

O faturamento do Yahoo! com links patrocinados cresceu 80% em 2006 sobre 2005. A previsão é de repetir esse resultado neste ano, informa o diretor-geral do portal, André Izay, ressaltando que esse segmento cresce mais que o de publicidade on-line, que deve atingir US$ 240 milhões neste ano no País, cerca de 35% a mais que no ano passado, de acordo com dados da Interactive Advertising Bureau (IAB).

Izay observa que o link patrocinado é muito ligado ao pequeno anunciante, que descobriu nesta ferramenta a facilidade de mensurar os resultados imediatamente, o que faz com que continue investido. "Existem negócios que se estabeleceram através dos links patrocinados, principalmente de empresas de serviços, desde desentupidoras até serviços médicos. A marca precisa estar onde o usuário procura, não só para vender como para estar associada aos benefícios que o produto oferece", fala Izay.

Links patrocinados representam 50% do faturamento do Yahoo!, que lançou em julho deste ano no Brasil sua nova plataforma para links patrocinados, o projeto Panamá, que possibilita fazer anúncios por estado ou região metropolitana, ativação de anúncios em menos tempo e programação de campanhas para datas específicas.

Segundo o presidente da empresa especializada em marketing de performance, MídiaClick, Marcelo Sant?Iago, link patrocinado é o formato de publicidade on-line que mais cresce no mundo, graças a sua efetividade. "Ao contrário de uma campanha de mídia em TV, revista ou mesmo em portais da internet, onde você paga pelo espaço publicitário, nas campanhas de links patrocinados o anunciante paga apenas por quem quer saber mais de sua empresa, ou seja, pelo clique", explica Sant?Iago.

Outro benefício desse modelo comercial, comenta Sant?Iago, é que as empresas podem anunciar uma diversidade muito grande de produtos, que no formato CPM (custo por mil) fica inviável devido ao custo, e com isso atingir consumidores de nicho, que procuram produtos muito específicos. "A beleza dos links patrocinados é que ele atrai não só grandes empresas, mas também pequenos e médios anunciantes, que até então estavam a margem do mercado de publicidade e marketing", menciona SantIago.

Entre as grandes empresas, os segmentos de imóveis, turismo, automobilístico, telecomunicações e varejo são os principais anunciantes, destaca Sant?Iago. Nos Estados Unidos, esse modelo de campanha já é responsável por 41% dos investimentos em publicidade online, que movimentam mais de US$ 16 bilhões por ano, segundo a Interactive Advertising Bureau (IAB).

No Brasil o mercado de mídia on-line movimentou R$ 361 milhões em 2006. No primeiro trimestre de 2007 cresceu 39% e alcançou R$ 170,7 milhões, segundo dados do Projeto Inter-Meios (Meio & Mensagem). A penetração dos sites de busca entre os usuários de internet ultrapassa 70%, segundo estatística do Comitê Gestor da Internet Brasileira. "Se você não estiver bem posicionado, com certeza estará perdendo oportunidades comerciais. Com a taxa de cliques em banners caindo a cada dia, as campanhas de marketing de busca são responsáveis pelos melhores resultados e taxas de retorno", diz SantIago.

O Yahoo! e o Google receberam cerca de 1 bilhão de buscas no mês de julho deste ano no Brasil, 67% mais que há seis meses. Nos Estados Unidos são cerca de 7 bilhões mensais. "Esse mercado cresce na medida que as pessoas têm mais acesso à internet", diz o diretor de operações da agência de mídia digital Neo@Ogilvy, Xavier Mantilla.

A internet ainda possui uma baixa penetração no Brasil, de cerca de 30% da população, contra aproximadamente 69% nos Estados Unidos. Mantilla destaca que as empresas que mais investem em links patrocinados são as de varejo, como Submarino e Lojas Americanas, e as de produtos financeiros, como os bancos. "A grande proposta do link patrocinado é que com pouco investimento se chega às pessoas interessadas no produto", diz Mantilla. A agência de publicidade Ogilvy lançou esse serviço em março deste ano e já atende cerca de 40% dos clientes do grupo.

Fonte: Gazeta Mercantil

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